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terça-feira, 22 de maio de 2012

Cenário internacional não é bom mas governo atua com garra para destravar economia

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As notícias do final de semana sobre a economia chinesa, de que o crescimento de 9,3% em abril representou o pior resultado nos últimos três anos, confirmam o que temos escrito aqui sobre as dificuldades que o Brasil enfrenta para que a nossa economia volte a acelerar. O nó da situação externa está na Europa. A economia de vários países na zona do euro travou devido à política de austeridade. A eleição de François Hollande na França, assim como a série de derrotas nas urnas dos defensores da austeridade pura e simples, inclusive na Alemanha de Ângela Merkel, mudaram a conjuntura política. O encontro do G-8 no final de semana e o isolamento da posição da chanceler alemã na reunião também são novidades importantes que reforçam a mudança. Enquanto isso, no Brasil, o governo da presidenta Dilma tem que continuar a lutar com a garra que está demonstrando até aqui para destravar nossa economia. É o que defende, em artigo publicado no final de semana (leia), o especialista em finanças públicas Amir Khair, que avança novas sugestões, principalmente em relação à questão dos bancos privados.
 
As notícias do final de semana sobre a economia chinesa, de que o mês de abril, com um crescimento de 9,3%, representou o pior resultado nos últimos três anos, confirmam o que temos escrito aqui sobre as dificuldades que o Brasil encontra para que a nossa economia volte a acelerar. O menor crescimento chinês repercute nas exportações brasileiras, principalmente de minérios, produto importante de nossa pauta de exportações.

Grande parte do problema está na Europa e sua política de austeridade. Nesse ponto o final de semana também trouxe novidades, com o apoio explícito dado pelo presidente dos EUA Barak Obama à linha adotada pelo presidente francês, François Hollande, de uma política pró-crescimento na zona do euro. Aliás, não foram só os EUA e a França que defenderam essa posição. O comunicado final da reunião do G-8 (EUA, Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha, Japão, Canadá e Rússia) em Camp David (EUA), no sábado (19), favorável ao “crescimento e empregos”, deixou claro o isolamento da posição defendida hoje particularmente pelos governos da Alemanha e da Espanha, centrada exclusivamente na austeridade fiscal.

Essas notícias confirmam também o que temos dito: a Europa já não tem condições de manter a política de austeridade pura e simples, seja pelo fracasso dela na Espanha, seja pelo impasse Grego, mas principalmente pela vitória de Hollande e a posição clara dos EUA.  Como aliás aconteceu na crise de 2008-09, quando o FED estimulou e apoiou com recursos, articulando outros bancos centrais no socorro trilhonário aos bancos europeus que de novo precisam de um super socorro. Ou da nacionalização pura e simples.

Vamos acompanhar atentamente os próximos desdobramentos na Europa, torcendo para que o discurso pró-desenvolvimento se materialize logo em medidas práticas.

No Brasil, novas medidas para garantir o crescimento

Como mostra o artigo publicado sábado no Estadão (
leia) por Amir Khair analisando as três travas para o crescimento no Brasil – taxas de juros, câmbio e carga tributária – o governo está no rumo certo ao lançar mão de um arsenal de medidas para promover o crescimento. Amir Khair sugere novas medidas para ampliar a efetividade das políticas adotadas pelo governo.

O centro das sugestões do articulista está na questão dos juros, cuja queda nas taxas é um elemento essencial para o crescimento. Ele argumenta que o governo deve avançar três outras medidas complementares: o tabelamento dos serviços bancários (Khair cita um dado incrível, de que no primeiro trimestre do ano a receita com tarifas dos bancos “superou em 42% as despesas com pessoal”); regras para facilitar a portabilidade das contas dos correntistas entre os bancos e a utilização do depósito compulsório como incentivador das ‘boas práticas’ dos bancos, como por exemplo percentual de compulsório menor para o banco que cobrar taxas menores.

O resumo da ópera é que o governo da presidenta Dilma está correto no diagnóstico e tem demonstrado muita garra ao atacar de frente os problemas. Praticamente todos os dias há anúncios de novas medidas para incentivar o crescimento. O Estadão de domingo noticia a liberação de R$ 10 bi por parte do governo para o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em junho, acertada na semana passada entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do banco, Luciano Coutinho.

A liberação é parte dos R$ 45 bi anunciados pelo governo para ajudar as empresas com capital de giro e novos investimentos.

A presidenta tem insistido também na desoneração fiscal e está trabalhando com afinco para conseguir resultados na área de energia. Agora o ministro Paulo Bernardes (Comunicações) fala em reduzir os impostos na sua área. E tudo isso se completa com as políticas de médio prazo nas áreas de educação e inovação.

Não aceito premissa de que nossos salários são altos

Mas não podemos aceitar a premissa defendida por alguns economistas de que a falta de competitividade da indústria brasileira se deva ao alto custo do trabalho no país. Temos 50% dos trabalhadores na informalidade. Além disso, o salário médio brasileiro ainda é baixo se comparado aos que são pagos nos países desenvolvidos. Nossos problemas estão na capacitação profissional e na elevação do nível educacional do conjunto da sociedade, além dos juros elevados e da carga tributaria desigual e regressiva.

Ao agir para retirar ou diminuir as travas identificadas acima, o governo tem condições de dar um empurrão na economia, já que a logística e os transportes tendem a aumentar com os atuais investimentos e concessões.

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