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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Rede Brasil Rural: Agricultura familiar entra na era digital

Rede Brasil Rural (Foto: Divulgação/MDA - Arte: Vilhena)

A agricultura familiar brasileira vai começar a usufruir da comodidade e velocidade do mundo virtual.


A possibilidade de comprar insumos, materiais e itens para beneficiamento, e vender produtos por meio de um clique na internet será lançada na terça-feira (13), em Porto Alegre (RS), quando o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apresentará uma inovadora iniciativa: a Rede Brasil Rural.

O lançamento será às 15h30 de terça-feira, no Cais do Porto, durante solenidade comandada pela presidenta Dilma Rousseff e na qual haverá também a entrega de máquinas retroescavadeiras para 126 prefeituras gaúchas de municípios de até 50 mil habitantes, uma ação coordenada pelo MDA na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
“Depois de consolidarmos a ampliação do crédito e a retomada da assistência técnica, estamos ingressando numa nova geração de políticas públicas para a agricultura familiar”, diz o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence. Segundo ele, esse mecanismo digital (a Rede Brasil Rural), permitirá ao País organizar toda a cadeia produtiva da agricultura familiar – serviços, articulação institucional e comercialização.

Inicialmente, cerca de 200 mil agricultores familiares irão usar integralmente a ferramenta, fazendo compras e vendas. Eles compõem as 100 maiores cooperativas e associações da agricultura familiar do Brasil e detêm um vasto catálogo de produtos diferenciados que vão de cachaças orgânicas a embutidos artesanais, passando por queijos finos, sucos, vinhos, artesanatos de todas as regiões do País e cosméticos elaborados a partir de matérias-primas brasileiras. Este é o catálogo de produtos que compõe o Armazém Virtual da Agricultura Familiar, um dos pilares da rede.

“O objetivo é reduzir o preço do produto para o consumidor final e aumentar a renda dos agricultores por meio de ganhos de eficiência em cada etapa da cadeia produtiva, preservando a identidade da agricultura familiar”, explica o ministro.

Mas as demais cooperativas da agricultura familiar de todo o Brasil poderão expor, já nesse primeiro momento, seus produtos na loja virtual, que funcionará como uma verdadeira vitrine online para o comércio interessado.
O consumidor ganha um Mapa de Ofertas da Agricultura Familiar por estado, município ou por produto. Ele escolhe a mercadoria e recebe em casa, pelos Correios - transportadora oficial da agricultura familiar nesta parceria. As grandes redes de varejo também são potenciais clientes do Armazém. No atacado, podem negociar o preço em ambiente virtual seguro diretamente com quem produz.

Já os Correios – um dos parceiros da iniciativa -, entram com a solução de logística pela internet - o que inclui meios de pagamento, coleta dos produtos, transporte e entrega.

Retroescavadeiras do PAC 2

Na mesma solenidade em Porto Alegre (RS), o MDA irá entregar as primeiras máquinas retroescavadeiras da segunda etapa do PAC 2 para 126 municípios do Rio Grande do Sul. Os equipamentos se destinam à recuperação de estradas vicinais. Até março de 2012, mais 1,3 mil municípios de até 50 mil habitantes em todo o País receberão máquinas desse tipo.

A manutenção permanente das estradas vicinais abre os caminhos e fortalece a agricultura familiar. A chegada das máquinas garante o escoamento da produção e a entrada das políticas públicas nas propriedades.

Alimentação escolar

Além de dar agilidade ao sistema de compra e venda cotidiana da agricultura familiar, a Rede Brasil Rural reorganiza o sistema de compras da produção familiar pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Isto porque hoje municípios, estados e escolas ainda encontram dificuldades para achar produtores que atendam à demanda da merenda, e os agricultores, por sua vez, muitas vezes carecem de informações sobre abertura de processos de compras.

A Rede Brasil Rural soluciona os dois desafios: organiza a oferta de alimentos por tipo de produto, região, estado e município e divulga a necessidade de compras para a merenda.

Para tal, os gestores da merenda serão usuários da Rede Brasil Rural. Por meio do sistema, cadastram o edital, os produtos de interesse e as condições de compra. Automaticamente, o sistema distribui uma lista de editais para os agricultores, que podem enviar propostas. No final do processo, o sistema também automatiza a prestação de contas para o gestor com controle das Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAPs).

A Lei da Alimentação Escolar prevê que, no mínimo, 30% dos recursos destinados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a merenda sejam direcionados à compra da produção da Agricultura Familiar. Só em 2011, do orçamento da União, o setor pode faturar R$ 930 milhões na oferta de alimentos para os 45,6 milhões de estudantes da educação básica matriculados em escolas públicas estaduais e municipais e filantrópicas.

Crédito do BNDES

As compras dos agricultores familiares pela nova rede serão feitas com o cartão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – que, por enquanto, começa a ser usado pelos 200 mil agricultores familiares ligados às primeiras 100 cooperativas. O banco - que já atende a micro, pequenas e médias empresas -, passa a financiar os empreendimentos familiares pela Rede Brasil Rural, e é outro parceiro da iniciativa do MDA. A instituição definiu um limite de negociação de até R$ 1 milhão por cartão, com opção de até cinco cartões por cooperativa, financiamento de três a 48 parcelas e taxa de juros pré-fixada no ato da compra.

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