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sábado, 3 de setembro de 2011

No “Financial Times”:A vassoura nova de Dilma


A edição desta quarta-feira do jornal britânico publica editorial elogioso ao governo de Dilma Rousseff, mas aponta também uma série de problemas que a brasileira terá de enfrentar para combater a corrupção e “impor sua autoridade ao governo”.

Como exemplo, o jornal aponta a recente “faxina” que levou à baixa de quatro ministros.

Além dos titulares do Transportes (Alfredo Nascimento) e Agricultura (Wagner Rossi), que deixaram o governo após denúncias de corrupção em suas respectivas pastas, também saíram recentemente Antonio Palocci (Casa Civil) –por suspeitas de enriquecimento ilícito–, e Nelson Jobim (Defesa).

Sob o título “A vassoura nova de Dilma”, o texto diz que a economia brasileira vai bem, mas que perde boa parte dela com a burocracia excessiva que leva a mais corrupção.

“A postura inflexível de Rousseff com relação à corrupção representa uma mudança louvável ante a atitude de descaso quanto ao assunto que caracteriza os políticos brasileiros há tempo demais –e um novo sinal de que ela começa a impor sua autoridade ao governo que herdou de Luiz Inácio Lula da Silva”, diz o editorial.

Outro ponto destacado pelo jornal é a necessidade urgente de uma reforma tributária que “além de dificultar a corrupção, a reforma tributária também faria muito para estimular a competitividade da economia brasileira. Já que o boom das commodities começa a perder o ímpeto, um novo estímulo viria a calhar”.

Leia abaixo o editorial do “Financial Times” traduzido:

“A vassoura nova de Dilma

Dilma Rousseff passou os últimos três meses desconfortavelmente ocupada. Depois de uma sucessão de alegações de corrupção, a presidente do Brasil perdeu seu ministro do Transporte, o segundo em comando no Ministério da Agricultura e seu chefe da Casa Civil. A postura inflexível de Rousseff com relação à corrupção representa uma mudança louvável ante a atitude de descaso quanto ao assunto que caracteriza os políticos brasileiros há tempo demais –e um novo sinal de que ela começa a impor sua autoridade ao governo que herdou de Luiz Inácio Lula da Silva.

O custo da corrupção é inerentemente difícil de quantificar, mas é significativo. A Federação da Indústria de São Paulo o avalia entre R$ 50 bilhões e R$ 84 bilhões ao ano. Isso equivale a 2% do PIB (Produto Interno Bruto). Com os grandes projetos de infraestrutura em curso para preparar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, há espaço para problemas ainda mais graves. Se o Brasil deseja realizar seu potencial econômico, precisa combater a corrupção vigorosamente.

Há quem se preocupe com a possibilidade de que a postura firme de oposição à corrupção adotada por Rousseff torne impossível governar: prestar favores aos parceiros de coalizão é parte tradicional da política brasileira. Mas como demonstram os acontecimentos recentes na Índia, permitir que a corrupção floresça é perigoso. Rousseff conta com diversos fatores em seu favor. Seus índices de aprovação são bons. Sua maioria no Congresso é ampla o suficiente para sobreviver à deserção de partidos menores. E, talvez o mais importante, o milagre econômico brasileiro criou uma classe média crescente e participativa para a qual combater a corrupção é uma questão importante. A presidente não deveria se deixar dissuadir.

No entanto, Rousseff precisa de mais que nomes novos no governo. Também precisa eliminar a burocracia excessiva, que só serve para alimentar a corrupção.

Uma reforma tributária mais vigorosa seria um bom ponto de partida.

O Banco Mundial estima que uma empresa brasileira precise de 2,6 mil horas para preencher sua declaração de impostos. Enquanto cumprir as leis empresariais brasileiras for tão trabalhoso, funcionários corruptos estarão sempre dispostos a ganhar um dinheirinho rápido pela distribuição de favores.

Além de dificultar a corrupção, a reforma tributária também faria muito para estimular a competitividade da economia brasileira. Já que o boom das commodities começa a perder o ímpeto, um novo estímulo viria a calhar. Rousseff sabe disso e, como muitos de seus predecessores, mencionou a necessidade de reformar o sistema tributário. Mas, ao contrário deles, precisa produzir resultados concretos.”

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The new broom of Dilma

Dilma’s new broomDilma Rousseff has had an uncomfortably busy three months. Following a slew of corruption allegations, Brazil’s president has lost her minister for transport, the number two at the agriculture ministry and her chief of staff. Ms Rousseff’s unyielding stance on corruption is a welcome departure from the relaxed attitude that has typified Brazilian politics for too long – and a further sign that she is stamping her own authority on the government she inherited from Luiz Inácio Lula da Silva.

The cost of corruption is inherently hard to quantify, but it is significant. The São Paolo-based Federation of Industries puts it at between R$50bn and R$84bn per year. That is about 2 per cent of gross domestic product. With big infrastructure projects under way ahead of the 2014 World Cup and the 2016 Olympics, there is scope for much more. It is no coincidence that the transport and tourism ministries have been at the heart of recent scandals. If Brazil is to fulfil its economic potential, corruption must be countered vigorously.

Some fret that Ms Rousseff’s anti-corruption stance will make governing impossible: scratching the backs of coalition partners has long been part of Brazilian politics. But, as recent events in India have shown, leaving corruption to flourish is dangerous. Ms Rousseff has a number of factors in her favour. Her approval ratings are good. Her majority in Congress is large enough to survive the defections of smaller parties. Perhaps most importantly, Brazil’s economic miracle has created a growing and vociferous middle class for whom fighting corruption is an important issue. She should not be deterred.

Ms Rousseff needs more than new officials, however. She must also take a hatchet to the excessive bureaucracy that merely nourishes corruption. A more vigorous tax reform would be a good place to start.

The World Bank estimates it takes a Brazilian business 2,600 hours to complete its tax return. As long as complying with Brazil’s business laws is so burdensome, corrupt officials will always be able to make a quick buck by handing out favours.

As well as thwarting corruption, tax reform would also do much to boost the competitiveness of the Brazilian economy. As the commodity boom begins to fade, and Brazil’s economy slows, that would be a welcome boost. Ms Rousseff knows this and, like many of her predecessors, has mooted overhauling the tax system. Unlike them, she must deliver.

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