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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Denúncia na PF expõe esquema de propina de Wellington e Wanderlei


Romilson Dourado
Fernando Ordakowski

Deputado federal reeleito para 6º mandato Wellington Fagundes e o prefeito de Barra do Garças Wanderlei Farias

Os pecuaristas e políticos Wellington Fagundes e Wanderlei Farias, fissurados por obras de infraestrutura, começam a ver ruir um suposto esquema com empreiteiras que envolveria negociação de propina e fraudes na execução de projetos de asfaltamento. Ambos são velhos amigos e parceiros na vida pública há mais de uma década e agora estão sob investigação da Polícia Federal. Quem abriu o jogo, após aceitar delação premiada e, assim, poder contribuir com informações e usufruir de benefício da pena ou até ser inocentado em processo, foi um contador de uma das empresas suspeitas de envolvimento numa quadrilha que desviava verbas públicas na região do Araguaia.

Segundo depoimento registrado pelo delegado federal Tomás Vianna, Wellington e Wanderlei recebiam 20% de propina de cada contrato. O esquema seria feito com a Assessoria e Construções Ltda (Assecon), do empreiteiro Antonio Jaconini, um dos 26 que foram presos e libertados quatro dias depois da operação Atlântida. Jaconini mantém laços de amizade com os dois. À PF, o contador revelou que Wellington exerce forte influência nas prefeituras, principalmente na de Barra do Garças, sob Wanderlei. Quem opera o esquema seria a Assecon cujo proprietário Jaconini era acostumado a viajar para Brasília constantemente com propósito de manobrar licitações. Nesse caso, Wellington entraria como articulador para liberar recursos e, em moeda de troca, embolsaria 20% do montante.

A amizade e parceria de Wellington e Wanderlei são antigas. Hoje eles estão no PR, mas atuaram juntos desde quando o deputado era do PL, que se fundiu com o Prona para surgimento do Partido da República, e o prefeito militava no velho PFL (hoje DEM) e depois no PSDB. Neste pleito, por exemplo, o deputado foi reeleito para o sexto mandato como o mais votado dos 8 da bancada, com 145.460 votos. Montou grande estrutura de campanha. Em Barra do Garças, onde Wanderlei "manda" e é considerado coronel político, Wellington, com a força da máquina municipal e de um veículo de comunicação de sua propriedade, "arrancou" a maior votação (6.662), superando o empresário da região Eduardo Moura, (PPS), que teve 6.578.

O escândalo deixa arranhada a imagem dos dois. São políticos que ficaram milionários e vivem sob questionamentos por causa do acúmulo de bens. Wellington está deputado há 16 anos. Nesse intervalo, tentou a cadeira de prefeito de Rondonópolis, onde reside, e foi derrotado. Depois, lançou o filho João Antonio como vice do então prefeito Adilton Sachetti e também assistiu a derrota da chapa nas urnas. Wanderlei exerce o terceiro mandato como prefeito da cidade-pólo do Araguaia. Ele se gaba de ser o gestor que mais construiu asfalto no município. Wellington, presidente regional do PR, se vangloria de ter conseguido muitos recursos para os municípios. E, assim, ambos seguem parceiros no público e no privado.

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