Na ação, promotores e procuradores argumentam que a obra não poderia ter sido licitada pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratação), que foi instituído pelo governo federal como específico para obras visando à Copa do Mundo. Segundo o MP, a obra estar pronta antes do mundial é condição "sine qua non" para a utilização do modelo licitatório. Para os romotores, o VLT está atrasado em 11 meses e, portanto, o cronograma de 695 dias estabelecido pelo Ministério das Cidades não poderá ser atendido.
A ação aponta ainda que a Grande Cuiabá não tem demanda suficiente para implantar um modelo de transporte como o VLT, o que o tornaria ocioso e elevaria o preço das passagens.
O governo do Estado havia, inicialmente, optado pelo BRT (Bus Rapid Transit) como modelo de transporte. No ano passado, entretanto, o governador Silval Barbosa (PMDB) resolveu mudar para o VLT. Segundo o MP, o custo operacional por quilômetro do modelo rodoviário seria de R$ 3,73, enquanto o do VLT é de R$ 16,66.
Marllon Sousa relatou em sua decisão o episódio em que a nota técnica do Ministério das Cidades, contrária ao VLT, teria sido trocada por outra favorável, no que o magistrado classificou como "subtração dolosa". O parecer duvidava da possibilidade de a obra ficar pronta antes do Mundial e apontava a subestimação do valor da tarifa. O MPF chegou a denunciar os suspeitos pela adulteração do documento.
A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) não se pronunciou sobre a decisão.
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