Há quase dez anos no comando do governo federal, o PT é o partido que mais terá candidatos a prefeito nas 85 principais cidades do país (capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores).
O levantamento, feito pela Folha ao longo da semana que passou, computa os candidatos próprios e as alianças firmadas entre os 14 maiores partidos do país.
A liderança petista também aparece na capacidade de atrair apoios, o que cria amplas coligações que permitem mais tempo de propaganda na TV e no rádio.
O PT é o aliado prioritário de 8 dos 14 principais partidos. Só não é o "preferido" do PDT, do PSD e dos oposicionistas PSDB, DEM e PPS.
A aliança mais repetida nessas 85 cidades será entre o PT e seu aliado histórico PC do B, juntos em 22 disputas. Trata-se, porém, de uma parceria desigual. Enquanto os comunistas entregam seu apoio a 19 candidatos do PT, os petistas apoiam comunistas em apenas três cidades.
Um dos exemplos da falta de recíproca é Porto Alegre, onde o PT preferiu lançar candidato próprio -Adão Villaverde- a se coligar com Manuela D'Ávila, uma das principais apostas do PC do B.
Em São Paulo, os comunistas abriram mão da pré-candidatura de Netinho de Paula para oferecer a vice e mais tempo de TV para o petista Fernando Haddad.
A segunda aliança mais comum é entre o PT e o PSB, juntos em 21 cidades, mesmo em meio à estratégia do presidente dos socialistas, o governador Eduardo Campos (PE), de operar nos bastidores um descolamento da legenda da órbita petista.
Quinto partido que mais lançou candidatos, o PSB tem entre os grandes investimentos as candidaturas de Márcio Lacerda (Belo Horizonte), Luciano Ducci (Curitiba), Geraldo Júlio (Recife) e Roberto Cláudio (Fortaleza), todas elas sem o PT na coligação.
Os socialistas exibem ainda dez coligações com as legendas de oposição (PSDB, DEM e PPS), o dobro do PMDB, que tradicionalmente se dividia entre todos os espectros, mas hoje aparece, na larga maioria das ocasiões, mais fiel ao PT.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
PSD
Novidade da eleição, o PSD, sigla recém-criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, se mostra dentro do espírito preconizado por seu criador de não ser nem de esquerda, nem de direita, nem de centro. A sigla dá apoios em números quase iguais aos candidatos do PT (6) e do PSDB (7), que polarizam na disputa nacional.
O grande aliado da legenda kassabista, porém, é mesmo o PSB, de Eduardo Campos. Os socialistas, que deram apoio político ao PSD desde seu início, quando chegou a ser cogitada uma fusão entre as siglas, são apoiados pelo PSD em nove cidades.
O PSD terá candidatos próprios em apenas 15 cidades, entre elas Florianópolis e Cuiabá. A timidez no lançamento de candidaturas, embora o partido tenha a quarta maior bancada na Câmara dos Deputados, deve-se ao fato de a sigla só ter conseguido garantir tempo próprio de TV no STF (Supremo Tribunal Federal) às vésperas dos registros de candidatura.
Também pesou, segundo o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz, a decisão de apoiar os preferidos dos governadores que ajudaram na criação da sigla. "2012 é uma eleição para pagar o apoio que recebemos", diz.
OPOSIÇÃO
Nas mesmas coligações em 21 cidades, os oposicionistas PSDB e DEM fazem a terceira aliança mais repetida. Os tucanos levam vantagem na união, comandando as chapas em 14 das cidades.
Entre as grandes esperanças do PSDB estão José Serra (São Paulo) e Luiz Paulo (Vitória). Formou ainda coligações robustas em Belém, Teresina e Rio Branco.
Já o DEM, que hoje não governa capitais, deposita seu futuro sobretudo na eleição de ACM Neto, em Salvador.
O partido oposicionista exibe ainda coligações com candidatos a prefeito do PT em São Luís (MA) e em quatro cidades da Grande São Paulo: Diadema, Osasco e São Bernardo do Campo.
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