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sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Paraguai pede socorro

O Paraguai é o país que o brasileiro mais gosta de esculhambar. Nosso vizinho virou sinônimo de contrabando, de produtos falsificados, de corrupção generalizada, de ditadores sanguinários, de violência e tudo mais que possa haver de ruim neste mundo. Claro que o Paraguai merece todo o nosso respeito, mas essa sua péssima imagem no imaginário popular tem lá sua razão de ser: durante muito tempo o país foi mesmo uma espécie de fazenda gigantesca, em que os capatazes se revezavam no comando para fazer as maiores barbaridades com o povo.

Recentemente, porém, um sujeito chamado Fernando Lugo conseguiu quebrar a rotina de o país ter no comando alguém da elite econômica, cujos governos apenas serviam para perpetuar a miséria do povo e a riqueza de uns poucos. A vitória de Lugo se deu na esteira de várias outras de candidatos progressistas na América Latina, especialmente na de Lula e de Hugo Chávez. 
Parecia que, finalmente, a região começava a se libertar da dominação de ditadores inescrupulosos, bancados por empresários igualmente empenhados em manter o poder a qualquer custo, mas geralmente impondo à população as piores condições socioeconômicas possíveis.
 
O Paraguai, apesar de todo o deboche dos brasileiros, sempre foi um país orgulhoso de sua história, de sua cultura e da coragem de seus filhos. Um exemplo é o maior estádio de futebol do país, chamado Defensores del Chaco, que lembra os soldados que lutaram na guerra contra a Bolívia. Talvez seja o único do mundo cujo nome recorda um conflito armado entre duas nações.
 
Hoje, sexta-feira, o presidente Fernando Lugo deverá comparecer ao Senado para, em exíguas duas horas, se defender das acusações de que não tem exercido suas funções corretamente. Vai se submeter a um julgamento político, mas já sabe que está condenado de antemão: a maioria dos parlamentares é da oposição oligárquica e provavelmente nem ouvirá o que ele tem a dizer.
 
Todos os países da região, como o Paraguai, já passaram pelo trauma de terem sido governados por ditaduras. Todos já sabem o que significa um Estado sem garantias democráticas, sem instituições verdadeiras e autônomas, sem mecanismos para que a sociedade civil se manifeste, sem sindicatos funcionando, e onde os recursos econômicos são drenados para o benefício não da maioria, mas de uma minúscula parcela da população.
 
Neste momento em que, sob o manto da legalidade, se procura apear do poder um presidente que tem tentado modernizar, sob todos os aspectos, o seu país, é preciso que se faça chegar aos ouvidos dos golpistas uma mensagem clara e definitiva: o tempo das quarteladas, seja lá como elas se processem, passou.

Não tenho a menor ideia de como isso pode ser feito, mas esta é a hora de os amigos do Paraguai se unirem para impedir que o país retroceda às trevas.
E o Brasil, pela sua liderança regional, tem a obrigação de liderar o processo para salvaguardar a democracia deste seu pequeno e valente vizinho.

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