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quinta-feira, 31 de maio de 2012

onde querem chegar com esse jornalismo de futricas?

Publicado em 31-Mai-2012 - Blog do Zé
 
ImageInfelizmente o jornalão dos Mesquistas não é o único a fazer isso...
 
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República publicou nota ontem (está nos jornais de hoje; leia a íntegra abaixo) esclarecendo que "são no todo falsas as informações contidas" em reportagem do Estadão sobre reunião institucional entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto. Na esteira dos acontecimentos ocorridos após a divulgação de um encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, a reportagem do jornal, publicada nesta 4ª, diz que a presidenta "avalia que a situação é perigosa, tem potencial de estrago e que beira a crise institucional nas relações entre Executivo e Judiciário". A matéria diz mais: que a presidenta "transmitiu esse recado" em conversa que manteve na 3ª feira com o presidente do Supremo.
O Estadão de hoje publica a nota da presidência ao lado de uma ‘contra-nota’ do próprio jornal em que reafirma que as informações são verídicas, mas não esclarece nada. Ocorre que também o outro interlocutor, o presidente do Supremo, informou que "conversou (com a presidenta Dilma) apenas sobre a participação do Judiciário na Conferência Rio +20 e sobre assuntos administrativos dos Poderes Executivo e Judiciário".

Afinal, se a informação da reportagem não veio de nenhum dos interlocutores, de quem teria vindo? Que fontes são essas que se sobrepõe à fonte oficial, aos próprios participantes do encontro oficial? E, mais importante ainda, por que não foi dada voz à fonte oficial – para confirmar, negar ou modificar o que seria publicado –, diante de uma informação importante, apurada extraoficialmente? O que justifica que se publique apenas a versão de fontes anônimas? Que jornalismo de futricas é esse?

Infelizmente, problemas como este que estamos vendo aqui no caso do Estadão, não se restringem ao jornalão dos Mesquitas. O mesmo pode ser visto no Painel da Folha e em outros veículos que repetem essa prática à exaustão, atribuindo ao Planalto posições e falas em off que muitas vezes simplesmente não existem. Estamos falando de jornalistas experientes o suficiente para não serem instrumentalizados por outros interesses e que, quando aceitam este jogo, sabem bem que estão indo contra o manual da redação, quando não contra a própria lei.

Jornalismo “de serviço”: uma prática danosa

Falo especificamente dos áudios das operações Vegas e Monte Carlo entregues à CPMI do Congresso, e que vieram a público recentemente. Neles, aparecem exemplos claros desse tipo de “jornalismo de serviço”, no sentido de que servem a determinadas causas e interesses. Como das trocas entre o jornalismo da revista VEJA (e outras publicações, como Correio Braziliense, mas não só) e os interesses do esquema Carlos Cachoeira-Demóstenes Torres.

Ou ainda quando o repórter da Sucursal da VEJA em Brasília comete clara ilegalidade ao tentar invadir meu escritório político no Hotel Naoum. Ou então quando a revista dos Civita se utiliza da imagens obtidas de forma ilícita para montar reportagem contra minha pessoa.

Avalie você, leitor, se é justo, se é correto o que se faz. Utilizar um espaço que deveria ser dedicado a publicar as informações de forma transparente, com equilíbrio, para que o leitor possa se informar e formar seu julgamento, para a publicação de informações desbalanceadas, em que as fontes são anônimas, sem que a fonte que tem nome e responsabilidade pública possa se manifestar. Ou, então, descendo ainda alguns graus no caminho do mau jornalismo, quando se instala um verdadeiro balcão de trocas entre o veículo e o crime organizado onde o que menos interessa é o direito que o cidadão tem de receber uma informação isenta e equilibrada, para formar sua opinião.


A nota da assessoria da Presidência


“A Presidência da República informa que são no todo falsas as informações contidas na reportagem que, em uma de suas edições, apareceu com o título "Para Dilma, há risco de crise institucional", publicada hoje no diário O Estado de S. Paulo. Em especial, a audiência de ontem da presidenta Dilma Rousseff com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, tratou do convite ao presidente do STF para participar da Rio+20 e de assuntos administrativos dos dois poderes. Reiteramos que o conjunto da matéria e, em especial, os comentários atribuídos à presidenta da República citados na reportagem são inteiramente falsos.

Contrariando a prática do bom jornalismo, o Estadão não procurou a Secretaria de Imprensa da Presidência para confirmar as informações inverídicas publicadas na edição de hoje. Procurada a respeito da audiência, a Secretaria de Imprensa da Presidência informou ao jornal Estado de S. Paulo e a toda a imprensa que, no encontro, foram tratados temas administrativos e o convite à Rio+20."

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