BLOG PROGRESSISTA - NOTICIAS PREFERENCIAIS DO PT

RESPONSÁVEL MARIO ALVIM DRT/MT-1162

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Collor ocupa vácuo na CPI, e Taques age como procurador em vez de senador


O senador Pedro Taques (PDT-MT), pela sua biografia, deveria ser o implacável contra falhas de conduta na CPI. No entanto, quem mais está fazendo o papel de senador de verdade, para cobrar responsabilidades de outros poderes, é o senador Fernando Collor (PTB-AL).
Taques se apequena quando, a toda hora, invoca sua submissão à Constituição, ao código penal, às leis existentes, para não exercer seu papel de Senador, que é político, no bom sentido da palavra.
Não se trata de desrespeitar as leis, mas de ter a visão de legislador, de aprofundar-se nos conflitos em vez de fugir deles, para ver onde as regras legais não estão atendendo ao interesse da nação e mudá-las, se for o caso.

Procuradores e magistrados são obrigados a se submeterem às leis em vigor, gostando ou não, mas parlamentares tem o poder de mudá-las para o futuro.

A missão mais nobre de uma CPI é corrigir o sistema, muito mais importante do que apenas punir pessoas. E para mexer no sistema de poder é preciso ter a coragem de colocar o dedo nas feridas.

Além disso, como dizia um grande vulto de seu partido PDT, o saudoso Darcy Ribeiro, senador pode "passar pito" até em Presidente da República, então porque não no Procurador-Geral, ou mesmo a um Ministro do Supremo, quando há motivos?

Se for verdade que há inconveniências na lei para convocar o Procurador-Geral, porque não cobrar moralmente para que aceite o convite, ou pelo menos cobrar que emita uma nota pública convincente à nação em 24hs?

Taques apequena-se mais ainda, quando diz que, quem não concorda, que tenha a coragem de processar o PGR ou no Conselho Nacional do Ministério Público ou pedindo seu "impeachment" no Senado. Ora, o que Taques quis dizer com coragem? Se o PGR não estiver à altura do cargo, não é questão de coragem e sim de dever dos senadores em destituírem-no do cargo. E novamente ele foge à seu papel político de Senador.

E é curioso ver o senador Fernando Collor (PTB-AL) que tem uma biografia bem mais conturbada do que Taques, ter a dimensão exata de seu cargo de senador, e exercê-la em sua plenitude.

Collor, possivelmente, esteja se aproveitando do vácuo deixado pelos outros parlamentares na CPI, e usando os holofotes para se reabilitar com projeção nacional. Mas a verdade é que, independente de intenções, ele está fazendo o que se espera de um senador.

Collor de fato não tem mais o que perder, só a ganhar. E ele já passou por todos os embates possíveis com outros poderes, em condições desfavoráveis, durante seu impeachment. É natural que ele não fuja dos embates contra poderosos agora que ele é estilingue e não vidraça. Seu cálculo político está perfeito para ele.

Mas é uma pena que poucos parlamentares do campo progressista estejam atuando como ele.

Em tempo: a decepção com Taques é maior, quando vemos que ele acabou sendo pautado por Álvaro Dias (PSDB-PR), pois está usando os mesmos argumentos que o tucano usava desde a primeira hora em que quis abafar o engavetamento da operação Vegas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário