BLOG PROGRESSISTA - NOTICIAS PREFERENCIAIS DO PT

RESPONSÁVEL MARIO ALVIM DRT/MT-1162

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vaccarezza desviou da casca de banana: PIG queria transformar Serra e FHC em vítimas

Jornal Nacional ainda não levou ao ar na quinta-feira nada sobre a CPI da Privataria, porque o deputado Vaccarezza (PT/SP) não caiu na armadilha. Veja no Jornal da Record:


Todo cuidado é pouco nessa hora. O PIG acaba de jogar uma casca de banana para melar a CPI da Privataria: queria arrancar do governo alguma declaração que possa virar manchete de revanchismo e perseguição à oposição, para fazer de José Serra uma "pobre vítima".

É a surrada tática de José Serra, que sempre quando é pego com a boca na botija em algum escândalo de corrupção, quer transformar os outros em algoz e ele em vítima, para inverter valores, não ter que explicar nada e não deixar ninguém saber exatamente do que trata o malfeito em que ele se meteu.

Dessa forma a imprensa inventa que ele é o coitadinho e os outros são os malvados, como os "aloprados", e bombardeiam incessantemente essa pauta, jogando para baixo do tapete o real conteúdo das denúncias que envolvem Serra.

O lider do governo na Câmara, dep. Cândido Vaccarezza (PT/SP) não caiu na armadilha. No entanto muita gente boa não entendeu e o está crucificando. Vamos saber jogar o jogo político bem jogado dessa vez, gente. Está bom demais para cometer erros primários. Protógenes e Brizola Neto estão corretíssimos em serem contundentes, mas sóbrios, sem virarem metralhadoras giratórias diante das câmeras de TVs. Por isso conseguiram as assinaturas rapidamente, inclusive de alguns tucanos.

Vamos entender a coisa:
1) CPI é instrumento do parlamento, do poder legislativo. O governo é executivo. Não pega bem em nenhuma democracia o governo, explicitamente, se envolver nestas articulações, senão seria acusado de usar a posição que desfruta no estado para tomar partido de um lado.

Quem deve fazer esse embate são os partidos e nós, da sociedade. A maioria do PT assinou a CPI. Vamos lembrar que Lula quando era presidente não tripudiou quando José Roberto Arruda foi pego no mensalão do DEM. Não precisava. Agora também não precisa. O livro vende como água e repercute como nenhum outro. As denúncias são robustas, consistentes, documentadas e irrefutáveis. Está todo mundo curioso em botar esse assunto em pratos limpos e ficará sabendo pela internet primeiro e por último pela velha imprensa.

O governo Dilma deve dizer que, como governo, não tem interesse específico em investigações sobre "a" ou "b" (como fez Vaccarezza). Da sua parte tem interesse em ter instituições republicanas como a Polícia Federal, bem equipada para apurar os fatos e malfeitos, independente de quem seja, sem perseguir nem proteger ninguém.

Então não peçam à Presidenta, nem ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, nem ao líder do governo na Câmara para se comportarem como se fossem líderes do PT na Câmara, porque o papel e posição deles é outra. Também não peçam para a base governista ser tão radical como a oposição, porque à oposição interessa paralisar o país, fazer um terceiro turno, ao governo não. O governo já venceu o segundo turno.

2) Vaccarezza é deputado do PT, mas não é líder do PT, e sim líder do governo na Câmara. Ou seja, ele defende e negocia os interesses do governo da Câmara. Por isso ele não pode agir exatamente como os demais deputados do PT. Ele desarmou a bomba do PIG de fazer Serra de vítima de revanchismo quando disse que o governo "não tem interesse na CPI, nem em revanchismo". Isso nada tem a ver com veto, como muitos estão dizendo, nem tem qualquer orientação a dar quanto a lideranças do PT. O governo é uma coisa e o partido é outra. O executivo é uma coisa e o legislativo, outra.

3) É óbvio que a oposição vai pressionar o governo para "acalmar" a base governista, ameaçando votações, obstruções, além da tese do revanchismo via imprensa, via amigos como Gilmar Mendes dizendo que é estado policial, para melar a CPI. O governo terá que ser sereno e moderado. A base governista terá que ser inteligente, paciente, sóbria, e a cada entrevista falar do conteúdo objetivo do livro, para que se apure o conteúdo, pois é irrefutável, inclusive falando menos em nomes como José Serra, e mais em recuperar o dinheiro público desviado para paraísos fiscais. Os deputados não precisam forçar, porque o nome de Serra já surge naturalmente quando se fala do assunto, e surgirá mais ainda a partir das investigações reabertas e da CPI.

4) Independente dos jogos de bastidores e acordões no Congresso, os militantes, e nós ativistas internautas é que somos muito mais livres do que os parlamentares para discursos inflamados e dizer tudo o que povo quer saber e a velha imprensa esconde. E para pressionar os outros deputados QUE NÃO SÃO líderes do governo, para não "amarelarem" e instalarem essa CPI de uma vez por todas. Aos deputados cabem agir mais com inteligência e habilidade política do que jogar para a torcida, nesta hora. Falar, sim, o necessário, com contudência, mas sem histerismos. Vejam o exemplo do próprio Protógenes, Brizola Neto, Paulo Teixeira.

Um comentário:

  1. Onde está a Justiça? Onde está o Ministério Público, que há dois anos foi tão ágil em prejulgar o Arruda? Onde o Gurgel, a Raquel Dodge, a mídia sedenta de sangue? Onde os indignados estudantes, emprenhados pelo ouvido?

    ResponderExcluir