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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Brasil, de potência agrícola, pode ser também potência ambiental

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Antonio Arraes Pereira, concede entrevista ao programa Brasil em Pauta. Foto: Antonio Cruz/ABr

Para o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, o Brasil é uma imensa potência agrícola e pode ser também uma potência ambiental, pois as duas coisas não são contraditórias, podem andar lado a lado. A afirmação, feita durante entrevista concedida ao programa “Brasil em Pauta” desta sexta-feira (10/6), serviu para exemplificar um dos programas adotados pela Embrapa, o Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, cujo objetivo é ensinar aos agricultores como utilizar técnicas de exploração intensiva de forma sustentável e, ainda, com obtenção de renda.

Pedro Arraes considera a extensão rural um meio fundamental para levar conhecimento aos pequenos produtores. Segundo ele, a Embrapa participa desse processo treinando e passando informações para os técnicos, no sentido de que as tecnologias possam alcançar os pequenos produtores.

“A agricultura familiar é um componente importantíssimo para a segurança alimentar interna”, com a produção de arroz, feijão, mandioca e produtos da nossa mesa do dia a dia”, afirmou ele.

Ouça abaixo a íntegra da entrevista do presidente da Embrapa, Pedro Arraes.


Para Arraes, ela forma um casamento perfeito com a agricultura empresarial: “Eu acho que essa é a grande fortaleza que o Brasil tem.”

Arraes também falou durante a entrevista do importante papel que desempenha a extensão rural no sentido de manter os jovens nas pequenas cidades. E explicou que o segredo é fortalecer a extensão rural e ensinar aos jovens “o que fazer”, para que valorizem a cultura regional que têm.

O programa de Minibibliotecas também atinge as pessoas que moram em pequenas cidades, no meio rural, e que não tem acesso à informação. Segundo Arraes, “é um programa muito simples, mas tem um impacto enorme. Já atingimos, se não me engano, 1.300 municípios no Brasi…”. Ele explicou que o programa oferece às pessoas informações e documentação de como fazer uma horta, bem como outras dicas importantes, tanto para os pais quanto para as crianças e jovens.

Uma outra iniciativa da Embrapa para difundir o conhecimento entre jovens é o programa Embrapa Escola. Segundo Arraes, 47 unidades descentralizadas da Embrapa em vários estados do país recebem cerca de 50 mil estudantes por ano. Durante as visitas escolares, explicou ele, são distribuídos materiais próprios que mostram a importância da ciência em nossas vidas. A Embrapa também tem um programa especial para crianças, na internet, para que elas possam conviver com a ciência, enquanto brincam. Além disso, contou ele, está em fase de preparação de um jogo que vai mexer com os biomas brasileiros.

“É uma forma de (…) dar conhecimento da importância que tem agricultura e a preservação ambiental para o desenvolvimento do nosso país.”

Em relação ao tema das mudanças climáticas, Arraes informou que a empresa tem uma plataforma geral que aborda vários aspectos desse assunto. A primeira coisa que a Embrapa fez – disse ele – foi um levantamento de como se comportariam culturas importantes para o Brasil, tais como arroz, café, soja e frutas, caso a temperatura mundial aumentasse em 1, 2, 3 ,4 ou 5 graus, e usando as tecnologias que o país tem hoje. “Essa simulação nós já temos – explicou o presidente da Embrapa – e isso nos baliza para tomar algumas atitudes.”

A Embrapa também já possui 53 programas de melhoramento de diversas espécies, tais como soja, maracujá, trigo, feijão etc, e em todos esses programas está a preocupação de produzir novas cultivares – que vão ser lançadas para os produtores – com mais resistência à intolerância ao déficit hídrico, à seca e a altas temperaturas. Uma outra plataforma de estudo, explicou Arraes, é a avaliação de diversas culturas quanto à questão do aparecimento de doenças, insetos e pragas, caso aumente a temperatura do planeta. Esses são apenas alguns exemplos de linhas de pesquisa em andamento na Embrapa, informou o presidente da Embrapa, para que o país possa se adaptar às mudanças climáticas e mitigar os efeitos.

Na avaliação do presidente da Embrapa, talvez a maior revolução da Embrapa tenha sido a tropicalização de várias culturas, através do melhoramento genético. A soja, por exemplo, só era plantada em clima temperado, explicou Arraes. Segundo ele, desde que a empresa foi criada houve uma agregação de valor muito grande. A Embrapa entrou na era da sustentabilidade, e a complexidade é muito maior. Há novas linhas de trabalho e de pesquisa nos campos da nanotecnologia e biotecnologia, ferramentas novas que estão entrando e vão dar uma nova dimensão, e a Embrapa está se inserindo hoje para a próxima revolução, afirmou ele.

“Graças a Deus o PAC Embrapa revitalizou a nossa empresa toda, a estrutura física, laboratórios moderníssimos que nós temos hoje. Contratamos quase 2 mil novos empregados, a maioria deles de nível superior, jovens, motivados. Então, a gente espera que daqui para a frente a gente possa ter o Brasil agrícola e o Brasil potência ambiental.”

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