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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Democracia na América Latina está consolidada, mas é preciso ficar alerta


Presidente Lula em sua intervenção na sessão plenária da XX Cúpula Ibero-Americana realizada em Mar del Plata, na Argentina.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Apesar de todas as campanhas feitas nos últimos anos para enfraquecer os governos dos países latino-americanos, a democracia na região está consolidada e a América Latina já não é tratada no mundo como se fosse menor, enalteceu o presidente Lula em discurso feito na sessão plenária da XX Cúpula Ibero-Americana realizada neste sábado em Mar del Plata, na Argentina. Mas Lula alertou: é preciso ficar alerta para não permitir que aconteça o que tentou-se fazer no Equador em setembro passado, quando o presidente Rafael Correa enfrentou uma violenta onda de insurreição por parte da polícia equatoriana, e também o que aconteceu no Brasil em 2005 quando, segundo Lula, houve “uma sórdida campanha que tinha como objetivo enfraquecer o governo para provar que um trabalhador não poderia governar”.

Nós estamos aprendendo a construir esse mundo extraordinário que se transformará numa grande nação. Acho que o exemplo que Kirchner deixa para nós é que o corpo se vai, mas as ideias não. Elas estão aí a adentrar na cabeça dos estudantes, dos trabalhadores, das mulheres, e dos companheiros presidentes.

Em suas duas intervenções durante a sessão plenária, Lula fez sua homenagem ao ex-presidente argentino Nestor Kirchner, morto em outubro passado, afirmando que ele é um dos responsáveis pela melhora nas relações Brasil-Argentina, bem como na mudança de comportamento dos empresários, diplomatas e governos de ambos os países. Para Lula, Kirchner foi fundamental para recuperar o Mercosul, derrotar a Alca na América do Sul e criar a Unasul. Era um conciliador, afirmou o presidente brasileiro, que recuperou a economia argentina e também a autoestima de seu povo.

Eu acho que da mesma forma que coube a mim recuperar a autoestima do povo brasileiro, voltar a fazer o povo brasileiro gostar do Brasil, eu acho que o Kirchner conseguiu fazer na Argentina. Era o Maradona no futebol e o Kirchner na política, era quase uma unanimidade, mesmo os que não gostavam tinham que respeitar a ousadia.

Lula reafirmou ainda a importância dos países latino-americanos atuarem mais em conjunto, mantendo estreitos laços políticos e comerciais, para fortalecer a região. Se o Brasil cresce, disse, os demais países do continente também crescem. É preciso fazer um esforço para explorar a totalidade do potencial que existe entre os países latino-americanos, afirmou. Como exemplo, citou a melhora nas relações econômicas entre Brasil e Argentina, que tinham uma balança comercial de apenas US$ 7 bilhões em 2003 e hoje têm de quase US$ 35 bilhões. “Hoje nós temos consciência o quanto a Argentina é importante para o Brasil, e a Argentina tem a consciencia de quanto o Brasil é importante para a Argentina”, frisou Lula.

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