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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tucanos que não se bicam‏


Serra fazia dossiê contra presidente Aécio, que fazia dossiê contra presidente Serra, que fazia dossiê contra povo sob o manto de Verônica, sua filha.

Mesmo a um quilômetro de distância, em meio ao mais espesso nevoeiro, qualquer um via estampado na testa de Serra desde a mais tenra idade, como um luminoso da Broadway: “Mamãe, quero ser presidente”. Ele mesmo contou para Veja bem no começo desta campanha eleitoral.

Não vale a pena lembrar o que Serra fez com adversários e correligionários em outras campanhas para chegar lá, detonando-os com seu corpo de baile de arapongas. Melhor ficar com o aqui e agora.

UMA PEDRA NO MEIO DO CAMINHO

A primeira pedra a ser tirada do seu caminho era o governador Aécio Neves, que disputava com ele a indicação do PSDB, com a força de Minas, altos níveis de popularidade, juventude e linhagem política – neto de Tancredo.

Para desconstruir Aécio, Serra convocou o suspeito de sempre: Marcelo Itagiba e seus Blue Caps. Dublê de federal e deputado, Marcelo usou os métodos e armas de sempre: grampos e dossiês comprometedores.

VACINA ANTI-SERRA

Em sociedade tudo se sabe. Em política também. Sabendo que sua vida estava sendo vasculhada, Aécio pediu que sua irmã Andréa, peça-chave em seus dois mandatos, articulasse a chamada contra-informação.

Andréa foi buscar apoio na direção do jornal Estado de Minas, de notória ligação com o governador, que lhe indicou homem certo para a vacina anti-Serra: o premiado repórter investigativo Amaury Ribeiro Junior, com três prêmios Essos nos costados.

Nem precisava tanto. Qualquer um sabe que uma operação assim deveria começar por Eduardo Jorge, que guarda os mais sombrios segredos do tucanato desde os tempos do governo FHC, do qual o hoje vice-presidente do PSDB foi secretário-geral.

CAIXA DOIS E CAIXA-PRETA

Não à toa o primeiro nome que surgiu, quando a Folha veio com a série matérias da quebra de sigilo da Receita Federal, procurando a todo custo ligá-la à campanha de Dilma, foi o de Eduardo Jorge.

Assim como não é à toa que Eduardo Jorge detonou o Caso Paulo Preto, ao entregar à revista IstoÉ, em raro momento de distração, que o caixa dois de Serra tinha sumido com 4 milhões de reais. Ele sabe tudo. Eduardo Jorge é a caixa-preta dos tucanos.

Outros quadros tucanos foram surgindo na imprensa à medida em que evoluiam as investigações da Polícia Federal pedida pelo governo: Luiz Carlos Mendonça de Barros, Gregório Preciado e Ricardo Sergio de Oliveira.

MINHA FILHA, MEU TESOURO

Mas a grande imprensa nada contava de um ponto em comum entre esses personagens: todos enriqueceram com a privataria nos tempos de FHC, todos foram alvos de processo, todos escaparam. Era isso que Amaury Ribeiro Junior também perseguia. Material para um livro ao qual daria o título de Nos Porões da Privataria.

A grande imprensa também sequer passou ao largo de um caso de quebra de sigilo muito mais escabroso. Verônica Serra, a filha do candidato, invadiu o banco de dados do Banco do Brasil e obteve o cadastro de 60 milhões de brasileiros através de acordo operacional para a Decidir, firma que teve com Verõnica Dantas, a irmã do banqueiro Daniel Dantas, lá no governo FHC.

Só agora no segundo turno a verdade veio à tona O escândalo da Receita, dos sigilos fiscais, que grande imprensa ainda procura jogar nas costas da campanha de Dilma é coisa da turma do Serra, quase a mesma de FHC.

TUCANOS QUE NÃO SE BICAM

A Polícia Federal agora revela que Amaury, em seus três depoimentos ao órgão, admitiu ter encomendado a despachantes de São Paulo a quebra de sigilos dos políticos tucanos a pedido da direção do Estado de Minas, atendendo a Andréa Neves, preocupada com a carreira política do irmão, que tinha recebido informações seguras de que Marcelo Itagiba estava de novo em campo.

Essa operação interna entre pré-candidatos do PSDB é contada com riqueza de detalhes na revista CartaCapital desta semana. Não tem nada a ver com os milhares de sigilos de brasileiros quebrados no baixo comércio. É uma guerra de tucanos que não se bicam.

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