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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Enawene Nawe serão alfabetizados na modalidade de EJA


A escolaridade formal dos índios enawene nawe será de responsabilidade do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) “Alternativo”, de Juína. Portanto, os indígenas serão alfabetizados na modalidade de Ensino de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Os índios desta etnia vivem na região Noroeste do estado (municípios de Juína, Sapezal e Comodoro) e pela primeira vez serão alfabetizados na língua portuguesa. O processo de escolarização dos enawene nawe será conduzido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a Operação Amazônia Nativa (Opan).

De acordo com o técnico da Gerência de EJA da Seduc, Alexandre Fagundes Cesário, a secretaria já providenciou duas professoras para fazer o trabalho de alfabetização na tribo. Também está em processo de elaboração a proposta pedagógica para a alfabetização dos índios selecionados. Este será um trabalho feito calma, visando respeitar o “tempo” da cultura indígena.

Dos cerca de 600 indivíduos que compõe o grupo, a comunidade escolheu 25 para participar do processo de formação, todos na faixa entre 18 a 25 anos. Destes, 12 serão alfabetizados e nove capacitados para atuarem como agentes comunitários de saúde (trabalho que será executado pela Fundação Nacional de Saúde).

Para que o Ceja possa certificar a escolaridade destes indígenas, estes devem estar com a documentação regular, a mesma exigida de qualquer outro aluno. Nesse sentido, a certidão de nascimento de alguns dos membros do grupo está sendo providenciada por intermédio da Funai.

Conforme Alexandre, para o trabalho de alfabetização foram selecionadas as professoras Sebastiana lemes Mandú e Alessandra Mandú Nord (mãe e filha). Sebastiana é professora aposentada de Historia, com experiência em educação de indígenas. Alessandra é professora de biologia, com experiência na educação de jovens e adultos.

A estratégia definida é que, até o final do ano, as duas fiquem na aldeia em seis ocasiões, permanecendo cerca de uma semana em cada visita. O objetivo é propiciar um ambiente de conhecimento mútuo. Elas não falam a língua da etnia (que é do tronco lingüístico Aruak). Por seu lado, somente alguns dos enawne nawe falam português. Elas já estiveram em uma ocasião na tribo.

De acordo com Alexandre, está se pensando em se usar a matriz da Pedagogia da Alternância no processo de escolaridade dos enawene nawe. Neste processo, da forma como já funciona em alguns municípios do estado, durante duas semanas uma parte dos alunos fica em sala de aula, no chamado Tempo Escola. Enquanto isso, uma outra parte tem atividades nas suas residências, no Tempo Comunidade. Nas outras duas semanas do mês os grupos se alternam.

Conforme Alexandre, nesse caso será usado um sistema similar. Depois que as professoras retornarem das visitas semanais, os alunos selecionados irão desenvolver atividades com a comunidade. “Os enawene são muito colaborativos e toda a tribo deve participar para ajudar o grupo”, diz.

A expectativa é de que o processo regular de ensino comece no ano que vem. Mas, conforme a avaliação das duas professoras, pode ser iniciado ainda este ano.

SERGIO LUIZ FERNANDES
Assessoria/Seduc-MT

Um comentário:

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