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quinta-feira, 20 de maio de 2010

As relações campo-cidade na visão da Geografia


Por: Ana Leticia de Oliveira/Geógrafa, Mestranda em Geografia/PPGGEO/UFSM

Ao longo de toda sua história, a Geografia buscou atingir o reconhecimento como Ciência adaptando seus paradigmas e interpretações do mundo de forma a se enquadrar no conhecimento formal do meio científico, sem abandonar o foco estabelecido sobre a sociedade. Assim, na geografia atual, se entende ser necessário considerar o trabalho humano sobre o espaço como uma atuação constante, transformadora e evolutiva adaptando-se e agindo sobre o ambiente.

Desta forma, na atualidade são realizadas pesquisas e discussões que visam o entendimento de termos como campo e cidade e suas implicações. Estas definições, não devem passar a ser entendidas meramente como setoriais mas sim como cenários de uma intensa e dinâmica transformação espacial .

A dinâmica das relações campo-cidade se traduz por sua importância ao considerar o meio de vida destas duas categorias de análise e revelar possíveis interações a partir de relações sócio-econômicas e culturais que as envolvem.

Um bom exemplo a respeito destas relações na atualidade é pensar nesta dinâmica a partir da absorção no campo de cada vez mais tecnologias surgidas nas cidades, ou ainda compreender que a maior parte das transformações ocorridas no campo só foram possíveis graças aos capitais e às inovações vindas das cidades. Em contrapartida o campo fornece para a cidade, produtos rurais alimentícios ou ainda matéria-prima a ser utilizada nas indústrias, sem contar que na grande maioria das pequenas cidades e médias brasileiras é ele o responsável pela geração de boa parte das divisas dos municípios, bem como sua principal fonte de manutenção econômica.

Não apenas as técnicas de produção foram integradas com a cidade, mas também valores foram modificados, como a substituição do casamento arranjado pela liberdade de escolha, a substituição da coletividade pela individualidade ou ainda a relativa diminuição da interferência da religiosidade nas relações de produção e negócios.

Outras conclusões errôneas acabam sendo desenvolvidas como definir que o campo aparece como sendo mais atrasado que a cidade. Ricardo Abramovay, sociólogo rural, apresenta isto como sendo “um vício de raciocínio na maneira como se definem as áreas rurais no Brasil, que contribui decisivamente para que sejam assimiladas automaticamente a atraso, carência de serviços e falta de cidadania.” No entanto, sabe-se que na realidade o rural é um meio dinâmico e ativo e pode sim apresentar-se soberano perante as transformações que o atingem.
Desta forma percebe-se que as paisagens rurais modificam-se pela entrada de novas estruturas, assim como também se modifica o comportamento dos indivíduos em relação a sua produção e seu gênero de vida. Com isso se alteram suas relações sociais e de produção, e por extensão alteram-se as relações entre as categorias campo-cidade. Em verdade, o espaço geográfico se altera e se diferencia revelando-se como modificado, por ter assumido novas relações.

Assim, entende-se ser fundamental que o meio rural seja compreendido a partir de suas relações com as cidades, sejam elas grandes centros como as regiões metropolitanas ou pequenos centros em torno dos quais se organiza a vida local. Isto porque é crucial o papel destes centros na dinamização das áreas rurais com as quais interage em constantes trocas de produção e de experiências.

Denise Peralta Lemes
Professora e Coordenadora do Curso de Geografia-AJES
Professora do CEJA Alternativo

4 comentários:

  1. manoel alcides p de almeida21 de maio de 2010 às 07:24

    gostei muito quero sempre estar informado

    manoel

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  2. Ótima matéria..parabéns!!

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  3. O conteúdo desta matéria é muito repetitivo. Em outras palavras não competou as minhas expectativas.

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