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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

MPF denuncia ex-prefeito de Juína Hilton Campos por cárcere privado a jornalistas


Patrícia Sanches
O ex-prefeito de Juína Hilton Campos (PR) foi denunciado pelo Ministério Público Federal por manter jornalistas e ambientalistas do Greenpeace e da Operação Amazônia Nativa (Opan) em cárcere privado, entre 20 e 21 de agosto de 2007. Conforme a denúncia oferecida também contra um grupo de empresários e policiais militares, membros da Ong e repórteres brasileiros e estrangeiros foram até Juína para produzir um documentário na terra indígena Enawene Nawe, mas foram impedidos pelo então prefeito, pelo empresário e presidente do Conselho de Segurança Natalino Lopes dos Santos, e o então vereador Francisco de Assis Pedroso (DEM), que presidia a Câmara. Fazendeiros e essas autoridades ocupavam áreas reivindicadas pelos povos indígenas e, por isso, supostamente temiam que os jornalistas e ambientalistas quisessem tratar da demarcação do território. Assim, em 20 de agosto de 2007, eles cercaram o hotel onde eles estavam hospedados e exigiram que se retirassem do município.

Como se recusaram, foram levados à Câmara e coagidos por 6 horas, sob ameaça de que haveria guerra se eles resolvessem continuar a viagem. “Não vamos deixar vocês entrarem na área, pode vir a polícia, nós vamos fazer a guerrilha”, teria dito Hilton Campos. Depois da estadia nada agradável no Legislativo, os jornalistas e ambientalistas ficaram sitiados no hotel, sendo acompanhados e ameaçados pelas autoridades e até agredidos pelos fazendeiros que buscavam se certificar de que eles não tratariam da demarcação das terras. De acordo com os procuradores da República, Douglas Santos Araújo e Mário Lúcio de Avelar, responsáveis pelo caso, estes episódios não são raros. “A violência praticada contra os povos indígenas vem se tornando cada vez mais recorrente e tem como pano de fundo sempre a mesma problemática, que é a disputa de terras”, explicam.

Por fim, o MPF concluiu que autoridades e empresários ameaçaram e cercearam a liberdade de locomoção de jornalistas e ambientalistas, por isso, pede a condenação de Aderbal Bento, Geraldo Bento, Natalino Lopes dos Santos, Hilton Campos, Paulo Perfeito e Francisco de Assis Pedroso por constrangimento ilegal, sequestro e cárcere privado. Além deles, foram denunciados o dono do Imperial Palace Hotel, João Marques Cardoso, pelo crime de falso testemunho e o coronel da PM, Ricardo Almeida Gil, por ter se omitido diante dos crimes quando deveria reprimi-los.

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