Com dificuldades para arranjar dinheiro, Serra (PSDB) declina nas capitais

agosto 19th, 2010 | Autor: Jussara Seixas
Agência DIAP

A última pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha mostrou a queda de José Serra (PSDB) em seis das sete capitais onde o estudo foi realizado e, na análise da empresa do Grupo Folha de S. Paulo, “ajuda a explicar a virada de Dilma Rousseff (PT) na disputa pela Presidência”.

“As sete capitais concentram 15% do eleitorado, ou 20,3 milhões de eleitores. Nos últimos 20 dias, o tucano passou a ter a dianteira ameaçada até em São Paulo, seu reduto eleitoral e onde o PSDB exerce forte influência na gestão municipal.

Dilma subiu três pontos na capital paulista em relação ao levantamento anterior, passando de 34% para 37%. Ele oscilou um ponto positivamente, tem 40%” diz o jornal conservador paulistano, que originou o grupo empresarial.

Virada em BH
Ainda de acordo com a pesquisa, os índices apontam que, atualmente, Dilma ultrapassou Serra em Belo Horizonte, mas ambos ainda seguem tecnicamente empatados na capital mineira, no limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A queda mais acentuada de Serra ocorreu em Belo Horizonte, onde perdeu nove pontos, indo para 32%. Dilma, por sua vez, virou o placar e chega a 34%. Em Salvador, o tucano registra seu pior índice: 16%, ante 48% da petista.

O interior do Estado de São Paulo é outro ponto fraco na campanha tucana. Serra perdeu três pontos nas últimas semanas, indo a 41% nas principais cidades paulistas, onde o PT faz forte campanha contra o preço dos pedágios. Dilma subiu quatro pontos no maior colégio eleitoral do país e já chega à marca dos 34%, em ascendência.

Os últimos resultados acenderam o sinal de alerta para o comando da campanha de Serra, que também diagnosticou a queda do candidato também junto ao paulistano, há 20 dias, o que tem feito com que o candidato intensifique sua agenda em bairros da periferia da capital paulista, como Heliópolis, onde visitou programa habitacional.

Analistas da campanha apontam as faixas mais pobres como o eleitorado onde Dilma mais cresce, impulsionada pela popularidade de Lula.

Recursos escassos
Os principais aliados do presidenciável do PSDB, José Serra, na disputa aos governos dos estados têm enfrentado dificuldades cada vez maiores na obtenção de recursos para a campanha, como mostrou levantamento publicado na edição desta segunda-feira do diário paulistano Jornal da Tarde, com base na primeira prestação de contas feita pelos postulantes ao Executivo em 26 estados e no Distrito Federal.

Os dados, disponíveis na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet, mostram que os aliados do tucano tiveram uma arrecadação 55,5% menor que aqueles que apoiam Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, até o dia 2 de agosto.

“No primeiro mês de campanha, os aliados de Serra em 25 Estados – ele não tem palanque na Paraíba – e no DF arrecadaram R$ 22.108.322,22. Já os políticos que dão suporte a Dilma em todas as 27 unidades da federação receberam R$ 34.397.165,69. Os apoiadores da petista também lideram os gastos,com R$ 40 milhões já comprometidos, 16,3% mais do que o arrecadado. O valor supera em 115,3% as despesas dos aliados serristas, que já gastaram R$ 18,5 milhões”, diz a reportagem.

“A Região Sul, onde se localiza o único estado em que a petista não supera o tucano nas pesquisas de intenção de voto – o Rio Grande do Sul -, é a que registra a maior diferença de arrecadação entre as duas campanhas, de 325,4%, em favor de Dilma”.

E segue: “Osmar Dias (PDT), que fechou acordo para dar palanque à petista no Paraná após o irmão, Alvaro Dias (PSDB), ser preterido para compor a chapa como vice de Serra, é o maior arrecadador entre os postulantes aos governos estaduais, com R$ 9.771,992,36 declarados na primeira parcial”.

“Entre todas as campanhas, o valor é inferior apenas ao declarado por Dilma, de R$ 11,6 milhões”, concluiu o Jornal da Tarde. (Fonte: Correio do Brasil)