Dilma: Brasil deve ter mais fontes de crédito para manter o crescimento

10.05.2010
O Brasil precisa aumentar nos próximos anos sua capacidade de financiamento de longo prazo e não pode se contentar apenas com o BNDES como principal fomentador desses investimentos. Segundo a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, esse é um dos principais caminhos a serem tomados pelo país para manter o crescimento econômico

“O país não pode se conformar com apenas uma fonte de financiamento de longo prazo, o BNDES. O Brasil tem que buscar uma arquitetura de financiamento de longo prazo. Se não conseguirmos isso, não vamos passar por essa barreira [de poucas fontes privadas de crédito]. Todas as condições estão convergindo para atrair investimento no Brasil. Se setores externos acham atraente o investimento, porque o mercado financeiro interno não?”, questionou, durante palestra no Seminário de Infraestrutura, promovido pelos jornais Valor Econômico e Financial Times.

Mais cedo, no mesmo evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu os investimentos das empresas estatais.

Para ela, o aumento da capacidade de investimento privado está intimamente ligado à necessidade de ampliação da infraestrutura. “Um programa de infraestrutura é focado principalmente em financiamento e acho que esse é um dos grandes desafios da próxima etapa”, argumentou.

Dilma ressaltou ainda que na próxima década o país tem que assumir o compromisso de acabar com a miséria, universalizar o tratamento de esgoto e a distribuição de água tratada, e pôr fim ao déficit habitacional. Para isso, salientou Dilma, o governo tem que continuar a induzir a economia para gerar mais empregos e manter sólida e mobilidade social. Isso, segundo ela, vai garantir que o mercado interno brasileiro continue sendo o principal motor do crescimento.

Questionada sobre a redução dos juros no país, ela disse que isso só será possível com duas variáveis sob controle. “Só tem um caminho para reduzir juros: redução do déficit das contas públicas e da relação dívida/PIB”, salientou. Dilma voltou a falar da importância da inovação tecnológica para melhorar as exportações de produtos industriais.

Segundo ela, o salto qualitativo dos próximos anos virá dos investimentos em educação. Dilma acredita que os recursos do petróleo da área pré-sal vão garantir esse avanço nas escolas.